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20 de maio de 2009

Indignações

Aviso o texto é longo


Esta Citação é de um antigo actor que contracenou nos Morangos com açucar .

"
Geração rasca para geração merda (vale a pena ler....)


"A SIC montou uma gigantesca campanha de promoção para a sua nova série/novela/monte de merda, que dá pelo nome de Rebelde Way.

Depois de anos a apanhar bonés, percebeu que a melhor maneira de combater a morangada da TVI era...imitar. É lógico. Era inevitável. Depois de 20 minutos a ver a nova série (o que me provocou uma crise de cólicas da qual só um dia depois começo a recuperar) sinto-me preparado para uma análise. Bora lá. A fórmula é a mesma nos dois canais. Aqui fica a receita:1 - Pitas boas. Muitas, quanto mais descascadas melhor (as séries de verão são, naturalmente, as melhores, porque eles vão todos juntos para a praia).2 - Gajos "estilosos". A coisa divide-se em dois: há aqueles que têm quase 30 anos mas fazem de adolescentes, e depois há os que são mesmo adolescentes. Estes últimos são aqueles que se levam a sério enquanto "actores". O requisito essencial para qualquer gajo que entre nestas séries é ter um penteado ridículo.3 - O Rebelde Way tem gajas do norte. Fazem de gajas daqui, mas aquele sotaque é fodido de perder. Fica ridículo, mas as gajas são boas.4 - Nos Morangos, a palavra "pessoal" é dita 53 vezes por minuto, normalmente inserida nas frases "Eh pá, pessoal!", no início de cada conversa, ou então "Bora lá, pessoal", antes do início de qualquer actividade.Agora vamos à bosta que a SIC acabou de parir, com pompa, circunstância, varejeiras e mau cheiro. Chama-se Rebelde Way. Cool, man! O slogan dos Morangos era "Geração Rebelde", mas a inspiração deve ter vindo de outro lado, de certeza. O que me irrita na poia da SIC é que os gajos são todos betinhos (até os mânfios são todos giros e cool e com uma caracterização ridícula, como se fossem a um baile de máscaras vestidos de agarrados ou arrumadores de carros). Mas depois são bué rebeldes. São bué mauzões, man! A brincar com os seus iPhone, com as suas roupinhas fashion, grandes vidas, mas muita mauzões. Se há algo que esta geração de morangada não pode ser, não tem direito a ser, é ser rebelde. Rebelde porquê, contra quê? Nunca houve em Portugal geração mais privilegiada do que a actual, à qual esses putos pertencem. Nunca qualquer puto teve tanta liberdade e tanta guita no bolso como esta malta. Nunca as pitas foram tão boas e tão disponíveis para f***r com a turma inteira como agora. Nunca houve tamanha liberdade de mandar os pais à merda e exigir uma melhor mesada porque é altura dos saldos. Rebelde porquê? Em nome de quê?É claro que isto são pormenores com os quais as novelas não se deparam, nem têm de o fazer. O objectivo é simples: para uma geração tão privilegiada como aquela que é retratada, há que criar uma rebeldia fictícia, porque não é cool ser dondoca aos 16 anos. Mas é o que todos eles são.Há uns tempos vi, no Largo do Carmo, um bando de uns 15 putos e pitas, vestidos à "dread" com roupinha acabada de comprar na "Pepe Jeans".Um dos putos que ia à frente, não devia ter mais de 16 anos, vem a falar à idiota como se fosse dono da rua, saca duma lata de tinta e escrevinha qualquer coisa de merda na parede. Todos se riram, todos adoraram, e ele foi, durante cinco minutos, o maior do bairro. Não fiz nada, mas devia ter-lhe partido a boca toda.Todas as últimas gerações antes desta (incluindo a minha, a Geração Rasca, que se transformou na Geração Crise - bem nos f***ram com esta merda) tiveram de furar, de lutar, de fazer algo. Havia uma alienação mais ou menos real, que depois se podia traduzir nalguma forma de rebeldia. Não era o 25 de Abril como os nossos pais. A nossa revolução é a dos recibos verdes e da consolidação orçamental. Mas esta morangada sente-se, devido à merda que a televisão lhes serve e aos paizinhos idiotas que (não) a educaram, que é dona do mundo. Quando já és dono do mundo, vais revoltar-te contra quem? E por que raio haverias de o fazer?!E assim vamos nós. Com novelas de putos "rebeldes", feitas por "actores" cujo momento de glória é entrar numa boys band ou aparecer de cú ao léu na capa da FHM, ensinando a todos os outros putos que temos que ter cuidado com as drogas (mas todos os agarrados são limpinhos, assépticos, com os mesmos penteados ridículos), que a gravidez adolescente é má (mas todas as pitas querem f***r à grande, porque são donas da sua própria vida e os pais não sabem nada, etc) e que, sobretudo, este mundo lhes deve alguma coisa.Os tomates.A mim e aos meus, o mundo deve alguma coisa. Aos que foram atrás da merda do canudo para trabalhar num call center, aos que se matam a trabalhar e são forçados a ser adultos antes do tempo. Não a esta cambada de mentecaptos. E depois estas séries vão retratando "problemas sociais da juventude", afagando a consciência de quem "escreve" aquela merda, enquanto ao mesmo tempo incentivam esta visão egocêntrica, egoísta e vácua desta geração acabadinha de sair do forno.Talvez eu esteja a ficar velho e a soar como o meu pai. Lamento se não é cool. Mas esta merda enoja-me.Vão ser rebeldes pó caraças "

Recebi este texto por mail,e a fonte ainda é desconhecida, mas digo-vos que podia ter sido eu a escrever uma coisa destas.

5 comentários:

1REZ3 disse...

Essa pessoa não está a ficar velha nem há-de parecer o pai. Acho que simplesmente fala por todos quanto s não pertencem a esta nova geração.
Isso está à vista de todos. Era voltar ao tempo das reguadas e das lombadas (dos livros).
Ou então estou também a ficar velho...

Fada disse...

Ora bem!!!
Também escreveria isto... com menos palavrões, provavelmente...
Mas com o mesmo conteúdo.

O meu Nº1 tem 17 anos... E apesar de ser privilegiado em muita coisa, não o fazemos esquecer que são "privilégios dados" e não "direitos adquiridos".

Beijitos

Francis disse...

não faço a mais pequena ideia do que isto é.
guerra de televisões...bah passa-me ao lado, naõ vejo canais portugueses há muito tempo...a não ser que dê bola. ;)

Jane Doe disse...

Reflexão acutilante e sarcástica sobre o que é esta nova geração.

Muitos pais e muitos adolescentes deveriam ler isto mas sabes quê?

Se lhes pusesses este texto à frente liam as duas primeiras linhas e passavam à frente.

Quanto mais vou tendo conhecimento de muitas realidades mais triste fico, e mais decido que quero fazer alguma coisa para mudar.

Eu não tenho filhos. E como tudo está e irá estar eu não me sinto segura em tê-los pois não quero que nasçam neste mundo. Quero lutar para que ele seja melhor para os meus sobrinhos. E preciso saber que não vou ficar parada.

Isso passaria por um excelente apagão na tv sem dúvida alguma. Não dá, só dá merda, e quando vamos ver as notícias tanto que fica por contar meu deus...

miguel disse...

Concordo com tudo, excepto esse comentário quase xenófobo em relação ao sotaque do norte. Sotaque difícil de perder e ademais irritante é o de Lisboa.